Três Poemas Feitos Especificamente Para Você Ficar Para Sempre Comigo.
I.
Um homem passou pelo caminho
e – paf !- chutou uma pedrinha
que estava ali
a duzentos e cinqüenta e seis anos
no mesmo local.
A pedrinha rolou dali – tictictic...-
um palmo e meio para acolá.
A bolinha de sombra
que a pedrinha fazia no chão – tictictic... –
rolou junto, um pouco atrasada.
Do lado de cá da pedrinha
o pozinho do chão – puf-puf ! –
arredou mais pra cá.
Do lado de lá da pedrinha
o pozinho do chão – puf-puf ! –
arredou mais pra lá.
E depois do pó,
eu.
Só.
II.
È ridículo, um cara como eu
- o maço de cigarros,
a descrença em cima da mesa –
apaixonado.
Uma pessoa como eu,
aqui, sentada na mesa.
É ridículo.
Logo eu:
coração,
pôr-do-sol,
até flor.
A-pai-xo-na-do.
Um maço de descrenças
e acendo um cigarro.
III.
Este terceiro e último poema
é pra pedir chorando:
fica pra sempre comigo.
Este terceiro poema é bilhete de seqüestrador,
é carta de suicida,
é nota promissória
de chantagem emocional.
Este último poema
é porque eu queria escrever:
fica pra sempre comigo
e grifar.
Este poema, terceiro e último,
é muito aflito,
é um apelo ao céu
do papel.