quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Poesia da semana

Então ele se levantou e começou a falar
Estava em meio aos escombros do pós-guerra
E ele dizia: a vida é boa demais!
E era como que emergido da terra

E era velho e pobre
E só tinha uma canoa
Vivia sem medo da morte
E mesmo morrendo ainda achava a vida boa

E ele dizia: “eu tenho meu norte”
E pra ilha mais ao sul teimavam em o levar
E por lá, preso, sozinho, com fome e com frio
Dizia: “ninguém prende a mente de alguém a um lugar”

E dizia que “a lei não se altera
Mesmo que o erro perdure agora
Tudo é feito do mesmo lodo
E purificado pela mesma aurora”

“Onde eu estiver tenho em mim terra, fogo
Água, éter e ar, e sou dono de minhas ações
Quando me movo, movem-se comigo
Mestres e guias das dez direções”

"E se por sorte encontro uma flor
Que aliás, nasce no lodo imundo
Reparo bem nela, pois assim reparando
Percebo completo o formato do mundo"

"E mesmo que não haja flor
Nem outra beleza de formato algum
Havendo consciência, eu mesmo crio
Meus três mil mundos em um."

Poesia da semana

Por ser diferença existe
E havendo, beleza é:
Difere pois a existência
Do homem e da mulher

Não sei se somam-se ou somem
Pois querem o que outro quer
A mulher o que é do homem
O homem o da mulher

Ele nos olhos dela
Vê o fim e o começo
A morte na mal-querência
A vida no seu apreço

Ela nos olhos dele
Também vê começo e fim
A morte que vai num não
A vida que vem num sim

Sela-se algo no abraço
Que ainda promete além
A vida num novo traço
De novo incompleta vem

A vida completa teria
Inútil teor parado
Pois tem o teor da vida
A busca em bruto estado

A terra que busca o fogo
O fogo que busca o ar
O ar se condensa em água
A água desenha o lugar

A terra parceira do fogo
O ar companheiro da água
Ela sem ele é rogo
Ele sem ela é mágoa
















segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Poesia da semana


Uma porção
de religião
com massagem:
Amen
          doin