domingo, 21 de agosto de 2011

Poesia da Semana

O solilóquio é exatamente isso:
Uma estranha palavra
Cujo significado sabe-se
Vagamente.

Amiúde aparecem,
Em azáfema, emprestando
seu toque azedo
ao fim da estrofe.
Essa que todos
Querem provar
Pois lembra
estrogonofe.

E acontece
Pois queremos mesmo
Perscrutar
Cada vez mais
Essas palavras de Clarice,
Assim: Lispector!

Não é assim?
Não brilha
No meio da frase
Uma palavra
Como Miríade?

O dicionário
Não dissolveria
Se soubéssemos, sucinta,
A condição sine qua non?

Ou alguém
ainda duvida
quão comestíveis são
as palavras conforme
provamos o primeiro
estrogonofe
deste poema?

A incipiência
Das palavras é discernível
Em sua profícua substância,
Confere?

Melando-se
Com lambujem
Quando se extrapola o sentido.
Ou não?

Afinal,
sou só um dito cujo
que não chega a ser o tal
e faz-se de joão ninguém
pra não ficar
zé mané no final.