Toda Noite de insônia
tem um poema em mim,
eu gosto-lindo
dessas linhas que dessem
- algum ritmo -
e algo que acontece
entre começo e fim.
-- *--
Terra e água modelam
O fogo é mais perverso
O ar é o fole de tudo
E o quinto elemento é verso
--*--
No corredor de lajota
do quintal de casa eu fui feliz
Foi das 18h40 às 18h57
Eu lembro bem
Era um corredor pequeno
dessas lajotas de barro antigas
que não se fazem mais
gostosas de pisar ou deitar
Às 19h já tinha que sair de novo
mas durante 17 minutos
fui completamente livre
Não havia nada na minha mente
Quando deitei no chão de lajota
Veio minha filha de 2 anos de idade
Fez nada comigo
Olhamos o céu
Ela disse:
"Azul"
terça-feira, 3 de novembro de 2015
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Poesia da semana
Então ele se levantou e começou a falar
Estava em meio aos escombros do pós-guerra
E ele dizia: a vida é boa demais!
E era como que emergido da terra
E era velho e pobre
E só tinha uma canoa
Vivia sem medo da morte
E mesmo morrendo ainda achava a vida boa
E ele dizia: “eu tenho meu norte”
E pra ilha mais ao sul teimavam em o levar
E por lá, preso, sozinho, com fome e com frio
Dizia: “ninguém prende a mente de alguém a um lugar”
E dizia que “a lei não se altera
Mesmo que o erro perdure agora
Tudo é feito do mesmo lodo
E purificado pela mesma aurora”
“Onde eu estiver tenho em mim terra, fogo
Água, éter e ar, e sou dono de minhas ações
Quando me movo, movem-se comigo
Mestres e guias das dez direções”
"E se por sorte encontro uma flor
Que aliás, nasce no lodo imundo
Reparo bem nela, pois assim reparando
Percebo completo o formato do mundo"
"E mesmo que não haja flor
Nem outra beleza de formato algum
Havendo consciência, eu mesmo crio
Meus três mil mundos em um."Poesia da semana
Por ser diferença existe
E havendo, beleza é:
Difere pois a existência
Do homem e da mulher
Não sei se somam-se ou somem
Pois querem o que outro quer
A mulher o que é do homem
O homem o da mulher
Ele nos olhos dela
Vê o fim e o começo
A morte na mal-querência
A vida no seu apreço
Ela nos olhos dele
Também vê começo e fim
A morte que vai num não
A vida que vem num sim
Sela-se algo no abraço
Que ainda promete além
A vida num novo traço
De novo incompleta vem
A vida completa teria
Inútil teor parado
Pois tem o teor da vida
A busca em bruto estado
A terra que busca o fogo
O fogo que busca o ar
O ar se condensa em água
A água desenha o lugar
A terra parceira do fogo
O ar companheiro da água
Ela sem ele é rogo
Ele sem ela é mágoa
E havendo, beleza é:
Difere pois a existência
Do homem e da mulher
Não sei se somam-se ou somem
Pois querem o que outro quer
A mulher o que é do homem
O homem o da mulher
Ele nos olhos dela
Vê o fim e o começo
A morte na mal-querência
A vida no seu apreço
Ela nos olhos dele
Também vê começo e fim
A morte que vai num não
A vida que vem num sim
Sela-se algo no abraço
Que ainda promete além
A vida num novo traço
De novo incompleta vem
A vida completa teria
Inútil teor parado
Pois tem o teor da vida
A busca em bruto estado
A terra que busca o fogo
O fogo que busca o ar
O ar se condensa em água
A água desenha o lugar
A terra parceira do fogo
O ar companheiro da água
Ela sem ele é rogo
Ele sem ela é mágoa
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
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